domingo, 12 de agosto de 2012

Estiagem castiga o Maranhão


Sandra Viana
 (ABR)
Cinquenta e oito municípios maranhenses estão na lista dos que sofrem com a estiagem que assola o Nordeste. A falta de chuvas levou o governo do estado a decretar estado de emergência nestas regiões. As populações dessas áreas vêm sofrendo com a seca nos reservatórios de água, a destruição e perdas de plantações, a sede dos animais e a fome. 

A Defesa Civil Estadual realiza ações de contingência para atender às populações e amenizar os efeitos da seca na agricultura familiar. Um destes problemas se refere às plantações tradicionais, a exemplo do milho e feijão, que garantem a subsistência das famílias, e estão ameaçadas. 

O plano de ação da entidade inclui monitoramento das regiões atingidas e promoção de medidas para garantir o abastecimento das cidades. Paralelamente, oferece orientação aos municípios na especificação dos problemas, a fim de encaminhar documento ao governo federal. "Estamos trabalhando nas regiões afetadas desde o início do ano, já prevendo os problemas ocasionados com a estiagem e as necessidades que estas populações demandariam", destacou o coordenador estadual da Defesa Civil, Robério Santos. 

Parte dos municípios indicados como emergenciais já enviaram à Brasília o relatório da situação e uma parcela teve o problema reconhecido. Dessa forma, poderão receber recursos do governo federal para conter os problemas da estiagem. Na maioria dos casos, relata o coordenador, as documentações estão em análise para que haja liberação de recursos. Robério Santos reconhece que os municípios perdem recursos por problemas na documentação, em grande parte feita de maneira errada. 

Qualquer vírgula em desacordo com as exigências do governo federal desqualifica o relatório, enfatiza Robério Santos. "Estamos atuando também na orientação aos municípios para que não percam os recursos e possam combater a estiagem em suas regiões", disse.

O trabalho da Defesa Civil consiste no abastecimento a reservatórios, caixas d'água, cisternas e apoio às famílias de agricultores familiares e pequenos criadores. O coordenador explica que o Maranhão tenta junto ao governo federal conseguir a inclusão destes municípios em estado de emergência na lista do semi-árido. 

Segundo ele, pelo menos 46 cidades poderiam estar inclusas e ainda não foram consideradas como tal. Entre os atingidos pela estiagem estão Afonso Cunha, Amarante do Maranhão, Bacuri, Governador Archer, Guimarães, Humberto de Campo, Magalhães de Almeida, Mirinzal, Paraibano, Paulino Neves e Santa Helena. "São cidades que apresentam as características das regiões semi-áridas, no entanto, estão fora da lista federal. Estamos tentando mudar essa situação". 

Doze municípios estão à espera do reconhecimento. A falta de chuvas trouxe a queda na produção de arroz, uma das mais afetadas, com redução de 33,7%, em comparação ao ano passado. O levantamento da safra para junho era de quase 650 mil toneladas do grão, mas, em julho caiu para pouco mais de 460 mil toneladas. 

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