sábado, 4 de maio de 2013

PESSOAS BRANCAS E BONITAS TEM SEPULTAMENTO MAIS CARO EM TERESINA; Os coveiros cobrem de R$ 350,00 até R$ 1,3 mil


Sem tabelas e regulamentação mais precisa pela Prefeitura de Teresina, os coveiros dos cemitérios oficiais estão cobrando até R$ 1,3 mil para cavar sepulturas.
Os preços altos cobrados pelos coveiros também estão relacionados com a falta de vagas nos 14 cemitérios municipais e oficiais. Essa crise da falta de vagas nos cemitérios vai ser discutida em audiência pública a ser realizada no dia 14 de maio na Câmara dos Vereadores de Teresina, que foi solicitada pelo vereador Dudu Borges (PT).

Ele disse que dos 14 cemitérios municipais, 12 já estão sem vagas e espaço para novos sepultamentos.

Dudu Borges falou que os dois cemitérios municipais que têm vagas são os da Areias, na zona Sul, e da Santa Maria da Codipi, na zona Norte da capital.

Dudu Borges disse que os coveiros dos cemitérios municipais cobram de acordo “com a cara e a aparência das pessoas” . De acordo com ele, os coveiros cobrem de R$ 350,00 até R$ 1,3 mil para cada sepultamento.

Dudu Borges afirmou que mora no bairro Água Mineral, na zona Norte de Teresina, e um vizinho seu cometeu suicídio, amargurado por causa do vício de drogas do filho, e para sepultá-lo a família conseguiu R$ 300 ,00, mas o dinheiro era insuficiente para o sepultamento.

“Se aparece uma pessoa branca e bonita para encomendar o serviço de gaveta para sepultamento de parente, o coveiro cobra um preço, de R$ 1,300, se a pessoa for feia e cara de mais pobre, ele cobra R$ 800 pelo serviço”, falou Dudu Borges.

A audiência pública é para tratar do estrangulamento dos cemitérios de Teresina. “Dos 14 cemitérios públicos, 12 estão estrangulados e os da Areias e da Santa Maria da Codipí estão em processo de estrangulamento”, adiantou.

Segundo o vereador Dudu Borges, a Prefeitura de Teresina não têm organizados os títulos de sucessão de túmulos, um direito que as famílias adquirem quando sepultam um parente.

“Vamos discutir o estrangulamento dos cemitério e para sistematizar os serviços nos cemitérios porque em Teresina não temos uma legislação sistematizada para saber quando custa um sepultamento. O Estado dá o caixão para as famílias mais pobres, tem a máfia das funerárias para o translado do corpo e quando o morto chega no cemitério, o administradores têm seus construtores já organizados, que cobram preços absurdos. A Prefeitura de Teresina tem que sistematizar isso”, falou Dudu Borges.

Ele diz que tem famílias que gastam 18 horas para sepultar seus parentes e outras sepultam os seus mortos em municípios vizinhos como José de Freitas, Beneditinos, Demerval Lobão e Monsenhor Gil porque nessas cidades os enterros são mais baratos.

“A situação não pode ficar como está”, declarou Borges.
Meio Norte/Efrém Ribeiro