Um caso de pedofilia praticado por um religioso de 79 anos chocou os
moradores da Vila Santa Tereza, em Belford Roxo. O presbítero da Assembleia de
Deus Franezio Eleotério de Oliveira pagou R$ 2 para atrair a vítima, de apenas
6 anos. Ele pediu à garota para erguer a blusa. O suspeito foi preso em
flagrante pela Delegacia Especial de Atendimento Mulher (Deam) de Belford Roxo,
por estupro de vulnerável.
O episódio ocorreu nesta
segunda-feira à tarde, quando a garota foi à casa de Franezio para pagar uma
dívida de R$ 10 a pedido da mãe, que havia pedido dinheiro emprestado a ele.
Quando chegou lá, encontrou o religioso deitado na cama. Na volta para casa, a
mãe perguntou como ela havia conseguido os R$ 2. A garota disse que foi um
presente do irmão Franezio, como o religioso é conhecido na área.
A mãe desconfiou e foi com a menina,
em direção à casa de Franezio. No caminho, a criança começou a chorar e contou
a história para a mãe.
— Cheguei a pegar uma faca em casa.
Quase fiz uma besteira, mas consegui colocar a cabeça no lugar e liguei para a
polícia — contou a dona de casa.
A criança foi submetida a um exame
pericial, que confirmou as marcas no corpo da menina. Nesta terça-feira à
tarde, a menina ainda se queixava de dores no local, que estava roxo.
— Não houve conjunção carnal, mas houve
um ato libidinoso. O pior disso tudo é que o suspeito é um líder religioso, que
contava com a confiança das pessoas — disse a delegada Soraia Vaz de Sant‘ Ana,
da Deam.
Na carceragem, o religioso confessou
ter cometido o crime. Mas admitiu que o caso ficaria impune caso a mãe dela não
denunciasse o abuso.
— Se a mãe não denunciasse, eu
ficaria impune e agiria como se nada tivesse acontecido. Ela é uma criança e
sei que o que fiz foi errado. Mas confio em Deus para que eu nunca mais faça
isso. O que vai acontecer comigo? Aí, só Deus sabe.
Religioso distribuía doces e frutas
às crianças
Na Vila Santa Tereza, os moradores
ainda custam a acreditar que o irmão Franezio tenha praticado um crime tão
grave. Um dos moradores mais antigos da rua, o religioso mora na mesma casa, ao
lado da Assembleia de Deus da Vila Santa Tereza, há mais de 30 anos. Costumava
distribuir doces e balas para as crianças. E abria o portão de casa para que as
crianças apanhassem frutas no seu quintal.
— Ele era uma pessoa prestativa, que
nunca tinha feito mal a ninguém. Fiquei chocada — surpreende-se a doméstica
Maria do Carmo Valentim Souza, de 50 anos.
“Só não contei nada porque fiquei com
medo”
Mas há um relato que destoou da
maioria dos moradores, contado pela estudante Viviane Vasconcelos Santos, de 18
anos. Assim como a menina de 6 anos, ela disse ter sido vítima de um abuso,
ocorrido há três anos, quando foi à casa do religioso com outra amiga, que
tinha 8 anos na época.
— Ele alisou as minhas pernas. Aí,
dei dois tapas na cara dele e saí de lá. Só não contei nada na época porque
fiquei com medo que o meu pai fizesse uma besteira — conta.
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