sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Maranhão deverá ter o segundo maior complexo portuário de grãos do país

O Maranhão deverá ter o segundo maior complexo portuário de grãos do país. Essa foi a perspectiva suscitada pelo secretário de Estado Chefe da Casa Civil, Luís Fernando Silva, nesta quinta-feira (2), após a assinatura do contrato de criação do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram). O contrato, assinadopelo Governo do Estado por intermédio da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), concede a quatro empresas arrendatárias a propriedade de quatro lotes que marcam a criação do terminal.

Estiveram presentes no ato da assinatura do contrato, além do secretário Luis Fernando Silva e dos representantes das empresas arrendatárias, o presidente da EmpresaMaranhense de Administração Portuária (Emap), Luiz Carlos Fossati, e o diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Fernando Fialho.

Para o secretário Luis Fernando Silva, o Tegram mudará decisivamente o curso da história da produção de grãos no Maranhão, como estímulo à produção e com a ampliação da capacidade de exportação. “Isso faz com que o Porto do Itaqui se consolide definitivamente como eixo exportador de grãos, não apenas do Maranhão, mas do Brasil. Nós ampliaremos a capacidade de exportação, gerando faturamento na primeira fase do Tegram de R$ 3,5 bilhões, ou seja, algo em torno de U$$ 1,8 bilhão/ano, na segunda etapa esse faturamento deve aumentar para a marca de R$ 10 bilhões/ano”, garante o secretário.

Para o diretor da Antaq, Fernando Fialho, o contrato demonstra a fortaleza econômica em torno do agronegócio. “As empresas pagaram para entrar no consórcio vão investir fortemente, o que vai garantir a geração de emprego e renda no estado, uma vez que a produção de grãos deve subir para a marca de 5milhões de toneladas nos próximos 5 anos”, explica.

O presidente da Emap, Luís Carlos Fossati, falou das características do Tegram e de sua relevância social “São quatro empresas arrendatárias, todos do ramo, – o que afasta a possibilidade de monopólio – e são todas prestadoras de serviço. O pequeno produtor vai ter alternativas para lhe dar com essas quatro empresas, no que diz respeito à negociação do serviço de transporte dos seus produtos via Porto do Itaqui”, assinalou.

Luis Carlos Fossati ressaltou ainda que a assinatura do contrato corresponde apenas a etapa inicial de um processo extenso. “Após a assinatura do contrato, as empresas vencedoras deverão formar um consórcio em até um mês, posteriormente elas tem que terminar o processo executivo, e este de ser aprovado pela Emap, e só então dar início as construções. O nosso planejamento é que o Tegram esteja em funcionamento no último trimestre de 2013”.

O representante da CGG Trading S/A (uma das vencedoras do certame), Josué Christiano Gomes, garante que o investimento total estimado na primeira etapa é de mais de R$ 260 milhões pelos consórcios entre os quatro vencedores da licitação, mas o investimento total deve girar em torno de mais de R$ 500 milhões.

Josué aponta ainda os pontos altos do negócio para as empresas e para a sociedade. “Esse porto é de uma importância socioeconômica excepcional. Se dividirmos o país em dois hemisférios, teremos uma produção de 50 milhões de toneladas de grãos de soja e milho em cada hemisfério, só que o hemisfério sul consome esses grãos, e o norte é altamente excedente, sendo que o norte não tem capacidade de escoamento dessa produção para a exportação. Agora, com o advento da Ferrovia Norte-Sul, e em conjunto com a Carajás e a Tegram, vai se viabilizar o escoamento de grande parte dessa soja e milho produzidos no hemisfério norte. Isso reduz o custo de frete, aumenta a renda para o produtor rural e melhora o problema ambiental por desacelerar o consumo de diesel gastos nas estradas e ferrovias”, afirma.

Tegram
O Tegram terá capacidade estática de armazenamento de 500 mil toneladas (base soja), compreendendo quatro armazéns com capacidade de 125 mil toneladas/cada e movimentação final de 10 milhões de toneladas/ano na sua segunda fase, prevista para 2019. O Porto do Itaqui movimenta atualmente 2,5 milhões de toneladas de grãos/ano. Em princípio, a movimentação de grãos será feita pelo berço 103, já existente, e para a segunda fase será utilizado o berço 100, cuja obra será concluída no primeiro semestre deste ano. Com o Tegram e outros projetos estratégicos desenvolvidos pela Emap, a movimentação de cargas deverá dobrar até 2015, chegando a 28 milhões de toneladas. A projeção para 2030 é que o Itaqui alcance a marca de 150 milhões de toneladas movimentadas/ano e que figure na lista dos 10 maiores portos do mundo.

Após a assinatura do contrato, as arrendatárias terão 30 dias para formação de um consórcio. Em seguida, deverão elaborar o projeto executivo e submeter à aprovação da Emap. O início das obras está previsto para agosto deste ano e da operação para o final de 2013. Juntas, a título de taxa de ‘oportunidade de negócio’, as arrendatárias ofereceram R$ 143,1 milhões. Além disso, serão investidos pela iniciativa privada outros R$ 322 milhões na criação da infraestrutura para operacionalização do Tegram.

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